Governo do Amapá dá início ao Agosto Dourado com histórias que celebram o poder universal da amamentação

Três mães revelam que, apesar das diferenças culturais, a amamentação é um elo ancestral e essencial à vida.

Conceição, Dayanne e Ana Carolini, apesar das diferenças culturais, consideram a amamentação um laço que fortalece o futuro de todos
Conceição, Dayanne e Ana Carolini, apesar das diferenças culturais, consideram a amamentação um laço que fortalece o futuro de todos
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

A chegada de um filho transforma. E, entre os primeiros laços criados, está a amamentação: um gesto de amor e cuidado que une mães e bebês desde os primórdios da humanidade. Às vésperas do Agosto Dourado, mês de conscientização sobre a importância do aleitamento materno, o Governo do Amapá dá voz a três mulheres de diferentes origens — Conceição, Dayanne e Ana Carolini — para mostrar que, independentemente da raça ou cultura, o leite materno é um bem comum que atravessa gerações, nutrindo corpos e fortalecendo vínculos.

A jornada da amamentação, no entanto, pode ter caminhos diferentes. Conceição Cruz, 31 anos, mulher negra, mãe do pequeno Gael Benício, não viveu a chamada “hora-ouro” — momento em que o recém-nascido é colocado no colo da mãe logo após o parto, ainda com o cordão umbilical. Gael nasceu prematuro e foi direto para a UTI neonatal. Mas, cinco dias depois, quando enfim pôde sentir o calor do colo da mãe, começou a se alimentar exclusivamente de leite materno.

“Sei da importância que é dar de mamar ao meu filho. Isso, para mim, é um gesto de cuidado e amor. Sei que muitas mães não têm a mesma condição de amamentar o filho e, por isso, me sinto grata de poder atender às necessidades dele. Sei que ele crescerá saudável e protegido de muitas doenças”, relata Conceição, que aprendeu, desde cedo, com outras mulheres da família, o valor desse gesto.

Mesmo sem viver a hora-ouro, Conceição encontrou no leite materno a força para fortalecer o pequeno Gael
Mesmo sem viver a hora-ouro, Conceição encontrou no leite materno a força para fortalecer o pequeno Gael
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

Amamentação além das diferenças

Dayanne Tiryó, de 17 anos, segue o mesmo caminho ancestral. A jovem indígena, mãe da pequena Tiffany Tiryó explica que, para sua etnia, amamentar é algo instintivo, cultural e contínuo.

“Na minha cultura, as mães sempre estão com seus filhos no colo, seja na roça ou em casa. A gente oferece o peito a todo momento. É natural, é bonito, é afeto. Eu fui ensinada desde menina que isso fortalece o bebê e também o amor que a gente sente por ele”, explica com orgulho.

Para Dayanne Tyrió, amamentar é ancestralidade viva, um gesto natural que nutre o vínculo entre ela e a filha
Para Dayanne Tyrió, amamentar é ancestralidade viva, um gesto natural que nutre o vínculo entre ela e a filha
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

Já para Ana Carolini, de 18 anos, mãe da Ana Cecília, viveu um dos momentos mais emocionantes da maternidade logo nos primeiros minutos de vida da filha.

“Foi quando ela mamou pela primeira vez que eu me senti realmente mãe. Mesmo grávida, eu sabia que seria, mas quando ela começou a mamar, entendi o que é amor incondicional. É um gesto poderoso, que influencia todas as fases da vida dela. Quero que cresça forte e saudável. Esse é o meu presente para ela”, conta Ana.

Com Ana Cecília nos braços, Ana Carolini viveu o despertar do instinto materno quando a filha mamou pela primeira vez
Com Ana Cecília nos braços, Ana Carolini viveu o despertar do instinto materno quando a filha mamou pela primeira vez
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

Amor que alimenta

Essas histórias se entrelaçam no fio comum da amamentação: um gesto instintivo, ancestral e universal, capaz de atravessar fronteiras e realidades. O leite materno é considerado o alimento mais completo para o bebê, ideal até os seis primeiros meses de vida, com benefícios que se estendem até a fase adulta. Além de proteger contra doenças, ele fortalece o vínculo emocional entre mãe e filho.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Governo do Amapá reforça esse compromisso com o incentivo à amamentação ao abraçar a campanha Agosto Dourado. A mobilização tem à frente o Banco de Leite Humano, que atua no apoio a mães lactantes, além de garantir leite materno a recém-nascidos internados em UTIs neonatais.

Mães com a coordenadora do banco de Leite Humano, Fadiane Soares
Mães com a coordenadora do banco de Leite Humano, Fadiane Soares
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

Mamaço: amor coletivo

Em agosto, uma das ações programadas é o “Mamaço”, um momento coletivo de valorização do aleitamento materno que reunirá mães às margens do rio Amazonas. A proposta é despertar, principalmente nas futuras mamães, a consciência sobre a importância de alimentar seus filhos com o leite materno desde os primeiros minutos de vida. A ação também visa desmistificar tabus e promover o aleitamento como prática segura, natural e de alto impacto na saúde da criança.

A coordenadora do Banco de Leite Humano, Fadianne Soares, explica que, embora muitas mães procurem o serviço na tentativa de conseguir leite para seus bebês saudáveis, a doação é direcionada exclusivamente a unidades hospitalares com UTI neonatal.

Fadiane Soares, coordenadora do banco de Leite Humano
Fadiane Soares, coordenadora do banco de Leite Humano
Foto: Gabriel Maciel/Sesa

“O nosso papel é estimular, orientar e acompanhar o aleitamento materno. O leite humano é insubstituível. Fórmulas [produtos industrializados] infantis só devem ser utilizadas com recomendação e acompanhamento médico”, reforça. A gente quer levar essa informação a todas as mães, de todos os cantos do Amapá. O Agosto Dourado é sobre proteger o aleitamento materno, combater a desinformação e mostrar que este é um gesto que salva vidas e constrói futuros”, conclui.

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